segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ditando Gump!

Por Jocélio Oliveira - @jocelio_olivere


Não há nada oficialmente confirmado, mas é provável que uma das possíveis avós de Gumpinho resida atualmente na cidade de Pau Grande hoje. Seu neto nos disse que por causa da idade avançada e da saúde frágil é interessante que ela more lá. Foi uma das poucas cidades onde ela se adaptou. “Vó Virgulina Novaes Motta Gump diz que as pessoas são muito acolhedoras por lá”, nos revelou Geórgio.

Bem, o importante é que Virgulina – ou vovó Gump, para os netos – é uma mulher muito sábia e espirituosa. Nas férias Gumpinho sempre voltava, para uma de suas casas, cheio de conhecimento e dizendo que aprendeu tudo com a avó, que também era muito inteligente e de vez em quando desatava umas de suas pérolas, que muito orgulhoso Geórgio falava na escola, dizendo que fora fruto de “muito esforço reflexivo em torno de questões que verdadeiramente valem a pena na vida”. Parecia muito adulto para uma criança, mas eu acho, aqui pra nós, que essa frase também foi fruto das reflexões dele, afinal, a gente também tem que dar uma forcinha ao garoto.


A frase que marcou, e marca, a passagem de Gump pelo mundo é “as coisas nem sempre são o que parecem”. Sempre que fazia alguma coisa de errado, Geórgio entregava um cartãozinho de visitas com essa frase. Não me perguntem como uma criança conseguia isso, até hoje é segredo.

Não tinha local que inspirasse mais do que outros para nosso amigo. Mas lhe era inata a destreza de ter a frase certa para cada momento. Atravessando a rua ele solta essa: “Tempo é dinheiro. Principalmente em lan house”, minutos depois está Gumpinho olhando o site do governo e outro de mulher pelada.

Quando uma de suas mães o comparava ao pai, logo ouvia: “Casa de ferreiro é de tijolo igual à de todo mundo”. E ai de quem tentasse corrigi-lo. A resposta era um “Quem canta? Eu, tu, ele, nós, vós, eles” capaz de espantar os seus males para bem longe.

Tomando banho: Água mole em pedra dura é lavagem de roupa suja.

Na escola: O que os olhos não vêem, só com um óculos mesmo. E: Escreveu não leu, é porque não sabia ler.

Para professora: Uma andorinha só está procurando companhia. E aí, ta afim?

Com a namorada: Devagar se perde tempo ou Quem espera sempre cansa e ainda Mais vale um pássaro na mão do que a mão vazia.

Para a esposa gostosa de vinte seis anos do tio-avô do amigo de seu primo: Quem ama o feio? Boniiiito!

Quando queria pular a cerca: Quem vê cara, vê dois olhos, uma boca, um nariz... Ou Nunca tarde, nem antes.

Para o presidente da ONG que protege os mansos, humildes, indefesos, pobres, deficientes, mulheres grávidas, crianças de colo, crianças adotadas, políticos sob suspeita de corrupção e corintianos: Os últimos estão lascados. Dependendo da ocasião e do caso: A união tem filhos? E na pior das hipóteses: Ruim com ele, pior comigo. Hehehe Brincadeira.

A enorme experiência de vida que tem o nosso jovem amigo Gump depois de quinze Oscar, tantos vestibulares prestados, tantas aprovações, tantos esquecimentos de matrícula, tantas mães, tantos amores meio mais ou menos, tantos bares visitados na Holanda o fez perceber enfim que “aonde a vaca vai é sem futuro, nem vá que dá em merda” e que “negro quando não caga na entrada, pode esperar!”

Por isso mesmo Gump acredita que é melhor cada peixe no seu rio.


Esse texto faz parte da primeira edição da revista Olhar Cultural. Gostou? então faça o download da revista completa aqui.

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